A actual conjuntura a isso obriga, portanto leia atentamente estas dicas pois ajudam-lhe efectivamente a poupar e a repensar com mais clareza nos seus gastos.
- Com tarifa bi-horária, a luz fica quase por metade do preço nas chamadas horas de vazio. Seja rigoroso e ligue as máquinas da loiça e da roupa (verdadeiros vampiros de eletricidade) apenas à noite. "Foi assim que reduzimos a fatura da luz 20 a 30 euros por mês", garante Vera Quaresma, técnica de recursos humanos. Já que falamos disto, está na hora de abolir o stand-by, responsável, em média, por 19 euros do consumo anual de eletricidade.
- Não desperdice água. Ponha um balde na banheira para aproveitar a água antes de aquecer o suficiente e utilize-a para regar as plantas ou lavar o chão. Ponha uma ou duas garrafas no autoclismo para diminuir o volume de água. Certifique-se de que não tem fugas ou torneiras a pingar.
- Não precisa de comprar bife do lombo para comer bem. Abuse das ervas aromáticas e das marinadas para melhorar o sabor dos alimentos, e guarde a água de cozer o frango para usar noutros pratos.
- Nunca vá ao supermercado de estômago vazio. Um estudo do neurologista canadiano Alain Dagher mostra que a fome liberta uma hormona que faz a comida parecer mais apetitosa - com resultados desastrosos para a sua carteira. Os padrões de atividade do cérebro, nessa altura, têm semelhanças com os de viciados em drogas.
- Não param de nascer sites que agregam promoções. Restaurantes, hotéis, sessões de bem-estar, relógios e mais uma imensidão de produtos e serviços estão disponíveis com descontos de 50% a 80 por cento. "Quando fiquei desempregada, consegui manter o mesmo estilo de vida com a ajuda destes descontos", diz Cátia Santos, estudante de design de moda. Regra de ouro: não compre só porque é barato.
- Use os sites de usados. E nos dois sentidos - para comprar e vender. Vasculhe o roupeiro e a arrecadação, e livre-se do que não precisa. Cada vez mais portugueses fazem o mesmo, o que se traduz num boom de páginas da especialidade, com algumas das maiores empresas a conter mais de 600 mil anúncios.
- Opte pelas chamadas marcas brancas, que já conquistaram muitos portugueses. Em 2011, 35% dos produtos vendidos em supermercados pertenciam às próprias cadeias (dois anos antes, o número ficava-se nos 30 por cento). Não admira: de acordo com um estudo da Deco, as marcas brancas são quase um terço mais baratas e de qualidade semelhante.
- Planeie as suas compras de supermercado com base nos folhetos que recebe na caixa de correio, recheados de produtos baratos para atrair os clientes. Faça uma lista, antes de sair de casa e não se desvie um cêntimo.
- Use menos os cartões de débito - e fuja dos de crédito. Comece a pagar as suas compras com dinheiro. Vai ver que pensa duas vezes antes de entregar aquela nota de 50 euros. "Damos mais valor ao dinheiro se o virmos desaparecer do que se pagarmos com um cartão de plástico", afiança Sónia Gonçalves, do blogue Bricolar e Poupar. No início, seja radical: deixe o multibanco em casa, até se habituar a usar notas
- Em vez de girar um globo e apontar um destino ao calhas, adapte as suas férias às promoções que encontra. Ou marque as viagens com muita antecedência. Ou, melhor ainda, vá para fora cá dentro - fica mais em conta e a economia nacional agradece.
- Não corte em tudo - faça opções. Escolha o que é mais importante para si. Prefere o ginásio ou a engomadoria? Gostava de jantar fora uma vez por semana ou comprar um jogo novo? O seu objetivo deve ser conciliar um modo de vida frugal, sem desperdício, com o conforto, e não passar a viver sem mimos.
- A crise está a convencer os portugueses a passarem mais tempo nos seus lares (38% saem cada vez menos, diz o inquérito da The Consumer Intelligence Lab). Mas a vida social não tem de ser destruída. Combine jantares com amigos em sua casa. Gasta menos do que no restaurante e não há razão para que a diversão seja menor. Já tem uma desculpa para resgatar ao pó aquele velho jogo de tabuleiro.
- Deixe de fumar. Se comprar um maço de Marlboro por dia (4 euros), um fumador gasta 120 euros por mês. Um casal que fume queima, mensalmente, metade de um salário mínimo - ao fim de um ano, são 2 920 euros transformados em fumo. Quanto paga de prestação da casa...?
- Planeie o seu orçamento ao pormenor: aponte as despesas fixas e estipule quantias para as compras no supermercado, para gastar nos tempos livres, roupa, tudo aquilo de que se lembrar, e mais um valor de reserva (chame-lhe poupança ou folga). Tente não ultrapassar o valor em cada parcela, mas, se isso acontecer, compense diminuindo essa quantia noutro item ou, se preferir, na mesma parcela do orçamento do mês seguinte.
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